Os movimentos sociais segmentados têm um papel fundamental na política pública brasileira. Grupos que fazem a luta por moradia, educação, mobilidade, saúde, direitos das mulheres, pela vida de juventude e contra o racismo. São eles que guiam, na maioria das vezes, os projetos criados pelos parlamentares e governantes para transformar as mais diversas realidades.
Uma candidatura jovem precisa interseccionar essas pautas. Sabemos da importância de jovens mulheres candidatas trazerem consigo, em suas falas e ações, a bandeira da ocupação dos espaços de decisão e do empoderamento político da juventude. Mas é preciso contextualizar essa luta apresentando como a renovação política pode reinventar em totalidade a vida dos brasileiros e brasileiras.
Em um debate sobre a falta de saneamento básico na cidade entre uma jovem mulher candidata e um candidato sem essas características, por exemplo. É de conhecimento para nós, mulheres, que a falta de saneamento não garante o direito básico à saúde, à água tratada e esgoto. Com isso, são as jovens mães solo, maioria negras e de bairros periféricos, que mais sofrem com seus filhos pequenos e que estão mais suscetíveis a doenças. É esse o olhar que devemos ter sobre a realidades sociais e as políticas públicas, um jovem voltado à juventude.
Algumas pautas são prioritárias no que tange a juventude, educação, cultura, trabalho, direitos sexuais e reprodutivos, segurança pública, realidades da vida moderna que definem as oportunidades e o futuro dos jovens e devem ser discutidas pelas candidaturas. É importante ter um tripé eleitoral, três assuntos que norteiam sua campanha, mas estes devem sempre fazer ligação com a realidade da população de forma plena.
O Partido dos Trabalhadores foi pioneiro em pensar políticas públicas para a juventude (ppjs) voltadas para todas as áreas de importância social em âmbito nacional e fez questão de trazer essas ppjs para os municípios que governou. Foi o governo do PT na cidade de Fortaleza (CE), com a deputada federal Luizianne Lins como prefeita à época, que criou os Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte – Rede CUCA, uma das maiores políticas públicas de juventude na área da cultura da história do Brasil.
Um jovem candidata precisa estar próxima dos segmentos da população, deve ter nos movimentos sociais parceiros desde a construção da sua estratégia de campanha, caminhar lado a lado com aqueles e aquelas que lutam pelas minorias e pela plena aplicação dos direitos da população. Só assim terá certeza de construir uma campanha jovem, feminista e representante do povo.